quinta-feira, fevereiro 21, 2008

G? GG? Não, PP! Como?


O conceito de beleza feminina tem sido alterado ao longo dos tempos.

Não foi há muitos anos que se achavam belas as mulheres de formas arredondadas e voluptuosas. A gordura era sinónimo de formosura e as mulheres mais magras eram vistas quase como "incompletas".Subitamente alteraram-se os gostos e passamos a ter a mulher esquelética como modelo de beleza, num mundo em que as gordas são assustadoramente postas de parte (principalmente pelos olhares masculinos).


Não basta ser saudável, colesterol em taxas excelentes, glicose certinha, batimentos cardíacos no ritmo satisfatório, coisas do tipo...pele bonita, cabelos sedosos e bem cuidados, unhas bem feitas, depilação em dias, etc...Não! Definitivamente, não! Isso não basta.

Porque não se admite que seja gorda, saudável, cheia de graça e beleza. Han?! Como uma gorda pode ter beleza ou graça (só se for a graça exacerbada). Ela pode até ser saudável, mas sempre vão desconfiar. Ela pode até ser linda, mas sempre vão olhar o tamanho da bunda dela. Ela pode ser cheia de graça, mas sempre vão achá-la sem charme ou simpatia.


Gordo é pra ser chacota! Gordo não tem vez! Gordo????? Affff!

Uma ex-amiga uma vez disse que uma gorda de minissaia e regatinha colada andando na rua era poluição visual. Acho que não preciso dizer muito porque não ando mais com essa garota fútil, né?! Mas isso é um exemplo tipo da segregação que os gordos sofrem, até mesmo no significado limitado e pejorativo. Gordo é tido também como grosseria. Enfim, sabemos que gordo - em termos de dimensão - são grossos, mas não são cheio de grosserias. Vá entender?!

A sociedade impera um padrão revoltante pra mim e consolida isso num “modus vivendi” perturbador. Primeiro porque, antes de qualquer argumentação, aprecio rebeldias. Segundo, pois detesto padrões. Somos seres tão peculiares, que dá raiva pensar em seres modulares, bloquinhos de mesmo tamanho, dimensão, etc.

O cúmulo é o que vi hoje pela manhã, por volta de 11h. Na minha rua, exatamente na casa em frente à minha, mora uma jovem linda! Linda mesmo! Ela esbanja sensualidade e graça. Ela tem uns 21 anos. Uma graça! Faz direito, malha todos os dias, tem um namoradinho lindo, desde os tempos de escola, está sempre perfurmada, maquiada, bem vestida, etc. Só tem uma coisa: o molde dela é “G”. Isso, ela é gorda. E o que me revoltou é a insistência das pessoas para com ela, sempre dizendo que ela tem que ser magra. “Ai, fulana, chegando da academia, né?! Nossa, você é tão linda e malha tanto. Ai, tão linda, só precisa emagrecer para ficar mais linda!”

Vi um ar de desapontamento nela, como se ela estivesse fracassando. Ela é jovem ainda, tem muito a aprender. Por vezes, um mecanismo de defesa, como uma resposta grosseira colocaria as pessoas nos eixos! Por isso, para pessoas fúteis, não basta ser saudável, bem resolvida, linda....Porque se você é gorda, fudeu! Você tem que ser magra??????? Como?Aonde?

Gente, a vida é tão singular para estar preocupado com moda, com isso ou aquilo. Importa viver, com saúde, cheia de graça e muito amor pra dar. É por isso que tenho dito: “Uma vida não questionada não merece ser vivida”(Platão).

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